segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lâmpada de Wood e sua utilização na estética - Classificação da hipercromia facial



Olá... Hoje estou aqui para frisar a importância de uma boa avaliação para obtermos resultados satisfatórios nos nossos procedimentos. Portanto, quanto mais recursos usarmos durante a anamnese melhor.
Quando falamos em avaliação facial, a lâmpada de Wood é indispensável. 
A lâmpada de Wood é muito utilizada como método não invasivo para diagnóstico, principalmente, das discromias da pele. 

Em estudo para verificar a acurácia do exame da lâmpada de Wood, o autor verificou que está técnica não representa um método 100% confiável, no entanto ajuda na definição da lesão (PONZIO; CRUZ, 1993).
A lâmpada é de mercúrio e seu vidro é de silicato de Bário, com 9% de óxido de níquel, permitindo somente a passagem de radiações ultravioletas de 340 a 450 nm.
Pela irradiação luminosa emitida pela lâmpada de Wood, que ao “incidir sobre a pele penetra profundamente, sendo absorvida pelos grânulos de melanina nos níveis em que eles se encontram...” Pode-se através do diagnóstico com a lâmpada determinar se uma alteração hipercromica encontra-se em nível epidérmico ou dérmico. Ainda segundo Ponzio; Cruz, 1993 a hiperpigmentação de nível epidérmico ao exame da luz de Wood apresenta-se mais escura, enegrecida; as manchas de nível dérmico é mais azulada, permanecendo sem alteração ao exame com a luz de Wood.

EPIDÉRMICO – acentuação da coloração à medida que a luz é absorvida pelo excesso de melanina nas regiões basal ou suprabasal
DÉRMICO – tal acentuação não é notada

MISTO – como o depósito de melanina ocorre em ambas, derme e epiderme, o aumento da coloração é visto em apenas alguns locais

Alguns ainda descrevem um quarto tipo que seria inaparente à luz de Wood, por se apresentar em indivíduos de fototipo V e VI. É assim denominado, pois a melanina nestes pacientes é abundante, e a maior parte da luz é absorvida por este pigmento. Apenas pequena quantidade retorna aos olhos, e a pele aparece escura como um todo. 
A principal hipercromia facial é o MELASMA. De caráter crônico, caracteriza-se por máculas acastanhadas simétricas e assintomáticas em áreas fotoexpostas. É condição frequente e de considerável influência na qualidade de vida dos pacientes afetados independente. 
De predominância no sexo feminino (90%), ocorre principalmente durante o período reprodutivo. Tem maior prevalência em orientais e indivíduos de origem hispânica, bem como nos pacientes de fototipos IV ao VI da classificação de Fitzpatrick, especialmente nos residentes de áreas sob intensa radiação ultravioleta. 
Sua classificação é de importância prognóstica e na busca da adequação terapêutica, visto que os tratamentos propostos são, em grande parte das vezes, insuficientes. Esta refratariedade associada aos relapsos comuns e à típica predileção pela face são razão de insatisfação e significativo impacto psicossocial. 

A utilização da lâmpada ajuda a definir a extensão, o grau e a localização da lesão pigmentar de modo rápido e prático. Para um bom diagnóstico o exame deve ser realizado em local escuro, pois a fluorescência só pode ser verificada desse modo. Entretanto o diagnóstico das lesões em luz branca é indispensável, bem como a utilização de lupa e ficha de anamnese do cliente.

Abraços

Dra. Viviane Cândida
    CRBM 4411